quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O tocador de vidas e de baterias



     
                     



      Nos sons da bateria, em cada toque que compõe as notas da canção é o ritmo que bate seu coração.

     O coração de músico é envolto por emoções: eles sentem a sintonia, a harmonia, o ritmo e  a leveza que envolve cada canção.

     Esse músico em especial, e que aqui registro o nome, é o Marcelo, o qual possui uma audição muito privilegiada, exclusiva dos amantes da música, já que músico é.

     Pelo instrumento escolhido, nota-se que vive a vida sentindo o ritmo intenso e que no balanço da existência ouve sons e percebe ruídos.

    Como um excelente baterista que toca um instrumento o qual possui diversos sons ocos e secos, mas que em sintonia tem o poder de transformar o oco, o estridente, o ruído numa canção que tem o poder de transformar e lavar a alma; assim também, ele toca a existência das pessoas. 

    A vida tem lá seus sons desagradáveis, seus pontos de vista doídos, seus ocos, seus ruídos, seus estridentes e seus graves, mas que se se soubermos reunir tudo o que vivemos no dia a dia, podemos tocar uma vida com maestria, assim é o Marcelo, o tocador de vidas e de baterias. 

    Digo como num relato pessoal, real e vivido, pois esse nobre tocador tocou a minha vida com sua presença e amizade verdadeira e sincera.

    Deixe eu explicar, foi assim: Em mim haviam sons ocos e ruídos chatos que e incomodavam, -
desses que nos faz achar que nada do que fazemos é bom ou suficiente o bastante - e ele veio então, com o ouvido bom de músico ouvir cada uma das minhas histórias, e conhecendo-me, incentivou-me e aquele ruído que eu considerava tão ruim, virou canto!

    Já que desse relato saiu sincera homenagem, oro a Deus para que o tocador de baterias nunca perca a sua essência de tocar vidas, e que cada momento de sua existência, seja pura poesia, seja um canto perfeito, seja música sempre.




sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ah... o céu



"Quem sou eu?
Pra que a estrela da manhã
Ilumine o caminho
Deste duro coração"- Pg

  O céu sempre me intrigou... Sua grandeza, sua altura, suas diversas e variadas cores e nuances, sua infinitude. Seu azul tão intenso e tão vivo, sua imensidão, seu contraste... Seu cinza, seu laranja, rosa, vermelho, seu sol, sua lua, suas estrelas.

  O céu me constrange. Me faz lembrar quão ínfima eu sou, me lembra Senhor, da Tua glória.



  Nada é tão expressivo pra mim à respeito da Sua presença como esse céu lindo que se mancha, se desmancha sobre mim, se faz, se comporta, se modifica.

  O céu me lembra da Tua majestade, e me mostra Sua onipresença. Eu posso perder o ar, perder o fôlego observando a obra das Tuas mãos Senhor, ao contemplar esse imenso azulado. Ao olhar pra cima, eu me derreto e me apaixono por Ti, minha alma se compraz no Senhor, por sua existência, por ter permitido a minha existência também, pelo fôlego de vida, e por ter a oportunidade de viver tudo isso.

  Certa vez arrependida, com o coração sangrando, não muito feliz com as minhas próprias atitudes, depois de falar com Pai, clamar por sua misericórdia, e depois também de estar mais aliviada, já me sentindo perdoada, eu saí debaixo do teto que me encobria, e o Teu sol estava ali, sorrindo, brilhando pra mim, me engrandecendo, me dando mais uma oportunidade, e só então Senhor, me dei conta de algo: A Terra está inundada de pecado, existem dias amargos em que nós mesmos nos surpreendemos com a maldade do homem, nos assustamos, nos indignamos, a cada inacreditável e cruel perversidade que há sobre a face da terra, e então percebo que embora tenhamos errado todos os dias, nós seres humanos falhamos tantas vezes, e não importa o tamanho do pecado, o quanto foi falha a atitude, o sol nasce todas as manhãs para nós. Inevitavelmente. Ele sempre estará ali, trazendo fim à nossa noite, e nos presenteando com um belo e magnífico amanhecer, o qual nós não merecemos. O Senhor nos presenteia, ainda que estejamos no caos.


  Senhor, o Seu amor me conquistou, e o sentimento de gratidão abriu espaços dentro de mim, e me faz entender que não depende de quem eu sou, o Seu amor não falha e nem nunca falhará. Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós (Romanos 8:32a), Se entregou para me salvar me faz perceber um amor que mesmo que eu tente, nunca irei alcançar. Nem o mais intenso, atordoado e apaixonado amor aqui na terra se aproximará do que o Pai sente por nós. E o céu Senhor... Ah o céu, é um inexplicável presente, é uma imensidão, é uma verdadeira prova de amor.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ensinou-me




O Senhor  me ensinou a amá-lo sobre todas as coisas.
Foi aos poucos que eu aprendi, e aprendo todos os dias.

O Espírito Santo me ensinou que no silêncio Ele habita.
Longe dos olhares, longe da atenção, longe de tudo, eu pude ver Deus.
E lá Ele me vê.

Quando os dedos me apontavam,
Quando eu me vi sem o controle,
Seu olhar me devolveu a paz.

Deus também habita no caos,
No meu caos,
E aí ele traz a paz.

Posso sentir seu olhar complacente,
Sua cumplicidade.
A serenidade do Seu olhar,
Observando-me.

Posso ver seu amor inesgotável,
E eu não posso atingi-lo, medi-lo, alcança-lo.

Eu confio pouco quando deveria confiar mais,
Eu me desfaço pouco quando deveria me desfazer mais,
Eu oro pouco quando deveria orar mais,
Eu falo pouco quando deveria falar mais,
Eu me alimento pouco de sua palavra,
Quando necessito me alimentar mais e mais.

Eu tenho medo,
O qual eu não deveria ter
Eu faço tempestade, quando deveria me acalmar.
Eu me desespero....
Deveria confiar!

Ele me ensinou a estar só diante Dele.
Ele me ensinou a amá-lo sobre todas as coisas.

Ele tem me ensinado aos poucos, a conhecê-lo.


sábado, 8 de março de 2014

Todo maltrapilho

 Passando rapidamente por uma avenida movimentada, pela janela do ônibus, notei algo que embora tenha durado alguns segundos diante de minha visualização, pareceu-me um tempo muito maior do que  os tais segundos. Um tempo maior do que o próprio tempo possa carregar. Uma eternidade que eoa mente à dentro.


 Lá estava ele, no meio da calçada daquele importante centro comercial de uma região metropolitana. Sim. No meio da calçada, sentado no chão, "de pernas de índio". Não no canto. Não na parede. No meio da calçada.

 Todos que passavam por ali, mal o notavam, e se o percebiam, passavam de largo. Pessoas apressadas, chegando do trabalho, fazendo compras, correndo até o ponto de ônibus, falando ao celular, conversando em disparada entre si, andando muito rápido, gesticulando, olhando no relógio. Pessoas bem penteadas, arrumadas, outras enfadadas pela rotina diária, pessoas apressadas.

 Na avenida os carros aceleravam naquele ponto na tentativa de atravessarem o sinal antes do vermelho. Se não desse tempo, "ai!", paravam estressados, olhando no relógio, fixavam o olhar no semáforo implorando para que abrisse logo. O maior dos enfadados, daria uma afrouxada na gravata, olharia de lado, veria ele, retornaria o olhar de repulsa para frente, o sinal abriria e o motorista aceleraria com tudo para bem longe dali tentando chegar rápido em algum lugar, fazendo-se esquecer daquela cena num rápido e insignificante instante do tempo. Pessoas apressadas.

 Ele ria. Sim, ele estava sentado no meio da calçada, com pernas cruzadas, como de índio, rindo. Ele dava gargalhadas ali sozinho, ou não tão sozinho assim.

 Ele estava todo maltrapilho, sujo, os olhos vermelhos de quem talvez tenha tomado umas e outras por aí, e além de tudo, ria.

 Parei um tempo e fiquei imaginando os motivos pelos quais ele poderia estar assim tão sorridente, que no campo de visão dele a vida poderia não ser tão engraçada, mas as pessoas talvez sim. Elas que corriam de um lado para o outro, trombando umas nas outras, desviando o caminho ao passar por ele, pensando em tudo e ao mesmo tempo não pensando em nada. Elas que talvez nem se dessem conta do mundo que as rodeia, não param diante da vida, correm porque tem que correr, mas ele estava ali parado e rindo.





terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um breve comentário: Brinde à leitura


 Há raras coisas na vida tão boas quanto se deliciar com uma bela leitura.

 Esquecer da vida e habitar em mundos desconhecidos, a beleza do mistério, as experiências alheias... A imaginação te transportando a outros lugares. A inspiração.

De repente o mundo se transforma, muda a forma, e a emoção se desenvolve em cada página.

Ansiedade! Para que se saiba o que virá... Sensação maravilhosa essa de não se desgrudar do livro até que se chegue à próxima capa.

 Ler é habitar em outras formas e enxergar o mundo com outros olhos, é rir e chorar por outras emoções... A escrita deve muito à arte da leitura.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Um pouco de saudosismo não faz mal a ninguém... A casa amarela!


 A tecnologia tem multiplicado informações num espaço de tempo cada vez menor. Tudo passa muito rápido e às vezes as pessoas não se conhecem tão intimamente como antes.
 Mas a tenologia não trouxe somente aspectos negativos na sociedade, claro que não, e graças a ela a vida tem sido facilitada, os trabalhos diários amenizados. E quero falar sobre algo muito interessante.
 Digitei meu endereço de infância, Rua Ibituruna, n° Tal, Bairro Tal, São Paulo. Vi as ruas pelo mapa e cliquei para que abrisse as imagens via satélite.
 Que susto! O coração acelerou, lá estava, a antiga casa, a rua que conta a minha história. Nostalgia. A Casa Amarela.
 Olhei na parte debaixo da imagem, lá tinha a data: Fevereiro de 2011, dois anos atrás e seis anos depois de eu já ter vindo de lá.
 A casa parecia menor, e menos esplendorosa do que quando eu a via pessoalmente (claro!), parecia ser um dia tranquilo aquele, havia sol e eu pude ver que o céu estava lindo, num azul bem clarinho, cm pouquíssimas nuvens. Devia ser uma cena matinal, eu imaginei, umas 10:00 e o sol não devia estar muito forte apesar do horário, como o calor escaldante que geralmente faz aqui, na minha cidade. E lá dentro, alguns anos antes eu estaria na área, lendo jornal com a tia D.
 Naquele instante o carro de produtos de limpeza passava na rua, havia um outro carro estacionado na porta, e o que mais...
 Bem, senti falta do pé de seriguela que tinha lá na frente do portão maior. A casa da vizinha,  a Dona... Qual era mesmo o nome dela? Não acredito que me esqueci!
 Virei a imagem e vi a rua extensa na minha frente, todos os dias de manhã eu saía para comprar algo, mercado, sacolão, Ultrafarma -e aí eu teria que andar um pouco mais porque era só lá na Avenida Jabaquara, mas eu sempre ia, feliz até. - Eu e meus pensamentos, contando passos, casas, tijolos, riscos no chão. Onde eu sempre preferia ir: Na papelaria e na revistaria. Nas diversas revistarias que tinha nas proximidades eu ia sempre, comprar as revistas Witch, e quando menor, os gibis da Turma da Monica, gostava muito.
 Quis fazer o caminho para o colégio, e fui ansiosamente, como eu sempre fazia naquele tempo, ansiosa para chegar logo. Bom, a casa da Fulana, o salão onde fazíamos as unhas... Mais a frente a rua da feira, a casa da costureira e cheguei na avenida. Veja só, o supermercado do Gérson, a papelaria do Tadaschi (se me lembro bem), canetas coloridas, com glitter, sem glitter, perfumadas, enfeitadas, agendas, caderninhos, diários...
 O posto de gasolina e ele parece estar desativado,  não consigo me lembrar ao certo, mas acho que quando vim já estava. Eu me lembro o nome dessa rua: VUTURUNA, lembro porque se parece com o nome da minha (ex) rua:  IBITURUNA.
 E fui chegando ao colégio. Coloquei a imagem frente a ele, e fiquei parada observando, como quando um artista observa a obra de arte esperando brotar ideias e significados daquilo que se está diante dos olhos. Mas eu não esperei, as lembranças e significados estavam diante de mim. Quanta coisa que surgia na minha mente.
 A verdade é que a infância é sempre uma fase feliz de nossas vidas, tudo é festa, no entanto, eu sei que aquele colégio e os alunos que fizeram parte do meu convívio por um ano e meio foram bem mais que especiais na minha vida.
 Ainda que daqui há alguns anos eu me recorde com saudades do tempo de hoje , até mesmo dos problemas, mas o fato é que com saudosismo ou não, aquele tempo foi mesmo diferente.
 Os muros do colégio estavam feios, pintaram de branco, mas em Fevereiro de 2011 já estava bem manchado. Quando eu estudava lá era grafitado, eu lembro.
 Os espaços de dentro passavam na minha mente, os corredores sempre cheios com as trocas de aulas... A quadra que agora está coberta, onde jogávamos handebol, os campeonatos que nós, as meninas da sala sempre perdíamos, e chorávamos (aos 12 anos pasmem!), e os meninos também da nossa sala que sempre ganhavam nos jogos de futebol deles riam da nossa cara: "Suas choronas! parem de moleza." Sútil o Eduardo Wesley.
 O pátio ao lado da outra quadra tinha nosso cantinho, um lugar bom de se estar, haviam algumas árvores  bem altas, que soltavam umas florzinhas pequenininhas amarelas que coloriam o chão, ficávamos em grupo conversando e fazendo brincadeiras... Pena que virtualmente não dá para entrar no interior, mas quando eu for pessoalmente, farei questão!
 Dei um giro de 360° na imagem para rever aquela rua, a qual caminhamos chorando no dia da minha despedida :'( .
 Decido que quero ir  casa da Carol, bom, vamos lá... Contorne o colégio, desce a ladeira e... hum... algo não está aqui, cadê aquela rua tal? Me lembro da ladeira acentuada mas não encontro, volto para o colégio e refaço o caminho... Veja só, quando eu voltar lá realmente, terei que tomar cuidado, me perdi virtualmente!!!
 Então passei pela rua da Gabi, vi a casa dela, lá eu ia ainda aos 7, 8 anos, quando estudávamos no Helena Lemmi.
 Subi a casa da Taty, e de repente, dando uma volta nas proximidades, como quem não quer nada, encontrei a casa da Carol... Festa das "incluídas", filmes (Piratas do Caribe). Os bolos que a mãe del fazia! ... Saudade.
 Bom, na casa da Aline eu nunca tinha ido enquanto morava lá, e antes que pensem que sou uma psicopata com ideia fixa já vou logo me defendendo: não sou não, só estava amenizando a saudade, revivendo a infância, quem nunca fez isso de alguma forma? Se não fez realmente, faça, é bom. É maravilhoso se estar no presente, mas se o passado fosse tão desprezível em nossas vidas, não teria sentido ele ter acontecido, o hoje não teria sentido, pois o presente  e tudo o que se vive aqui e agora, será o passado de amanhã.
 Fato é, que sei o endereço da Aline de cor, pelas cartas que enviávamos uma a outra. E eu encontrei a rua,e também uma casa, uma da mesma cor da minha e outra branca... Hum... Qual seria? Observo cada uma e vejo... Scott? Acho que é Scott o nome do cachorro dela, sim, é ele, na casa branca, um cãozinho "salsicha" marrom, liindo!
 O que tiro de lição olhando para a casa amarela, e pensando no passado, presente e futuro, percebo que sempre estamos onde deveríamos estar, por isso o "E SE..." não deve fazer parte de nossas vidas. Foi bom por minutos reviver várias coisas, é algo tão intenso e tão profundo que é como se realmente estivesse lá, recordar é mesmo reviver, somos capazes de reviver sentimentos, aromas.
 Bom  é ver que cada coisa sempre esteve em seu devido lugar, nem sempre é fácil o caminho que percorremos e na maioria das vezes sentimos que não pertencemos nem a esse nem aquele lugar, mas a verdade é que nada acontece por acaso e que sempre tiramos proveitosas lições sobre tudo. Onde está seu coração é aquilo mesmo pertence a você. Portanto, façamos um brinde ao ontem, ao hoje e ao amanhã; futuro, presente e passado, pois ele nunca acaba e é a nossa história, bom ou ruim, faz parte do que somos.
Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor !
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Casimiro de Abreu



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Um Novo Recomeço

 2012 chegou com perspectivas e planos, de arte, trabalho, escrita.
 O ano passou conturbado, desanimando todos os projetos. Correria. Deixou para trás tudo oque foi desejado e chegou ao final com a notícia do fim. O fim do mundo trazia dúvida, contrariedade e fazia rir. Mas o mais interessante foi dito por estudiosos e pesquisadores a respeito do calendário maia, eles ressaltaram a seguinte frase: É o fim de um ciclo, um novo recomeço.
 Dia 21 passou e tudo parecia igual. Corríamos para o fim, o fim do ano. Festas, alegrias, ou não; sinceridade, ou não. Tudo quase exatamente igual. Os fogos reluziam no alto com cores e brilhos...
 Sem planos desta vez, sem um milhão de planos, por favor. Sem marcação de tempo para que cada coisa aconteça. Sem promessas! Aliás, uma promessa: mais paciência, que tal? Somente uma, uminha. Mais controle emocional e tolerância, fácil. Fácil de cumprir... ou não?
 2013 começou contrariando a única promessa, num momento em que precisa-se lidar com sistemas burocráticos, atendentes e professores mal humorados, o bom humor se esvaíra completamente.
 Com o bom humor ou na falta dele, aquilo que não foi prometido começou a se cumprir, projetos que outrora inacabados, se concluindo, o aroma agradável de coisas boas, que estavam por vir. O sonho que começava a acontecer  contava uma notícia em alto e bom som: "- O futuro chegou!", deixando para trás o gosto amargo, de dores, palavras mal ditas, incompreensões, abandonos, julgamentos.
 As coisas boas acontecendo a medida em que as lembranças do passado se faziam  presentes na memória.
 As mágoas antigas deixavam boquiabertos quem se dedicava ao momento de reflexão. O sabor do triunfo, o sabor da vitória, o acelerar do peito ao pressentir mais fatos bons a se manisfestarem. Cada coisa no seu devido lugar. Cada lembrança é o roxo, aquele roxinho que quando aperta traz aquela dorzinha. Só que sem a dorzinha, troca a dor pelo alívio. Sinta o vento frio, sinta, sinta o vento de uma manhã bonita e ensolarada. Encha o peito, feche o olho, respire, respire fundo. Sim, este é o alívio. Abra os olhos e sorria.
 Não se iludir é preciso, é bom saber que em algum momento pode ser que as coisas simplesmente mudem. É bom ter em mente que cada sonho realizado exige mais trabalho e esforço, é claro que sim.  Na vida tudo tem um preço para se conquistar, e o preço por se ter conquistado. E balanceando, o otimismo deve ser constante, pois afinal, o momento é agora. Sorria e desfrute o quanto quiser e puder. Seus sonhos estão se realizando, as coisas estão acontecendo. Diferentemente dos outros é claro, ás vezes mais fácil, ás vezes mais difícil, mais rápido ou lentamente, você já não é o mesmo. E na faculdade as aulas de filosofia explicam bem: as coisas mudam, transformam, se transformam e transforma o outro... Mudanças.
 E a professora ressalta, relembra: "Foi dito, dia 21 foi o Fim, o fim de um ciclo, Um Novo Recomeço. E a Rosa, a bela voz da professora Rosa retoma com um sorriso no rosto: Um Recomeço!