sábado, 13 de agosto de 2011

Canção

As melodias que hoje canto 
Lembram o pranto que um dia senti
Quando se mistura voz e sentimento
A vida se transforma
E exalta o herói 
que há por dentro de cada ser em si !

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Caipira

 Já de tardinha, ao lançar um olhar para o horizonte,  vê-se o céu laranjado, e o sol anunciando que já se aproxima o anoitecer, percebe-se também, os altos prédios que revelam claramente que esta se trata de uma capital, cidade grande, como é considerada por todos lá de onde ela veio; ou pelo menos, uma cidade em desenvolvimento.
 Ela, é uma garota, que em meio a tantas outras, difere-se por seu rosto expressivo, olhar penetrante e gestos marcantes, o que muitos considerariam até, ousados de mais pela sua idade, e por ser uma jovem menina.
 Veio do interior do estado, de um estado no interior do país , com os objetivos formados, estudar, fazer faculdade... Ser alguém na vida ! Quando se olha para ela vê-se ainda, um ou outro gesto bem caipira, percebe-se também nitidamente a vaidade, bem presente em seu esteriótipo, típico das garotas que nasceram na capital.
 Ela acorda cedo, estuda dias inteiros, há quem a critique por uma ou outra atitude diferenciada, mas é esforçada e não esmorece em momento algum. Embora, aqueles a quem ame estejam longe, sabe que para tudo há um tempo, e logo, logo  os veria novamente.
 E lá está ela, olhando para o horizonte; o sol que já está praticamente encoberto pela escuridão da noite não revela e jamais revelaria o que se passa em sua mente. Se alguém distraído ou ocupado de mais passasse por ali, não notaria nada de diferente, mas se algum outro alguém observasse aquela garota parada na encosta de uma via movimentada, notaria um olhar perdido na escuridão. No que ela estaria pensando então ? ...
 Talvez fosse nas noites em que a mocinha corajosa cavalgava pela madrugada inteira em seu cavalo preferido, ou quem sabe, estivesse lembrando dos nados em córregos e lagos envoltos pela paisagem, aos sons e melodias da natureza, talvez se lembrasse dos momentos em que a atual garota, e antes menina sapeca deixava a todos impressionados pelas traquinagens de uma criança levada. E até riria se lembrasse das cutucadas que dava no burro com a espora... Tantos momentos bons, quantos doces gostosos, muitas frutas saudáveis retiradas diretamente do pé, dos diversos pés de frutas e frutos que haviam na sua cidade.
 Ela abaixou o olhar que refletia as luzes da cidade grande e levantou-o novamente, preparando-se para sair e continuar a sua luta diária pelos objetivos traçados. Talvez ninguém entendesse, mas esse novo ato revela a coragem dessa personagem do teatro da vida. Esse novo ato, conta a quem quiser saber que ela não vai parar, nem esmorecer, nem desistir, pois a luta é grande, mas ela está aí, e lutará a cada amanhecer. As lembranças e a saudade? Só a fizeram ver a felicidade mais nitidamente e a ofereceram ainda maiores forças para caminhar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

No Silêncio...

O poeta se viu sem sentido
se perdeu nas palavras
Interrompeu seus sonhos
Emudeceu a sua voz que antes clamava.

Se calou nem escreveu
E perdeu as esperanças dentro de si
Pois perdera a fé,
Perdera o chão,
Perdera o rumo.

Quando lá dentro sentiu
que suas forças se renovaram
Percebeu em fim que o silêncio
nunca o enfraqueceria mais,
pois na verdade, nunca o calara,
e então, voltou atrás.

Escreveu,
Falou,
Sobreviveu.

Nunca mais o deixaria que o medo
lhe roubasse a fé,
lhe roubasse a coragem
E calasse suas palavras.

Pois, como viveria sem seus versos,
Como silenciaria o seu ser.