quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Genéticamente Robotizados

  Meu nome? É Dr. Zimer Hoff e hoje pela manhã dei mais umade minhas entrevistas. Já não suporto mais tanto assédio da imprensa, tantos a me classificarem como louco, e já não aguento mais principalmente, a angústia dentro de mim.
  Grande parte da minha vida passei estudando, outra parte, dentro de um laboratório. Constituí minha família já não estando mais tão jovem, e reconheço que fui pai e marido ausente. Conquistei vários títulos em minha carreira científica, principalmente  no campo da evolução humana, e foi numa dessas pesquisas que cheguei ao pior resultado de todos já realizados até então.
  Todos os meus estudos consistem na evolução do planeta, e num destes estudos descobri que a humanidade está aceleradamente caminhando para sua auto-destruição. Isso principalmente é causado pela tecnologia, que como propõe os estudos, se tornou uma arma de destruição em massa. Segundo os cálculos apresentados, todos os aparelhos desenvolvidos até aqui apresentaram alto índice de radiação de elementos químicos ainda não desvendados, altamente prejudiciais a saúde, e além disso, os gráficos mostram o forte aumento no índice de doenças psicológicas causadas por toda essa evolução. Onde dentro das residências, cada ser se isola do outro.
  Eu quis negar a veracidade das minhas próprias descobertas, até que concluí que, se tudo continuar como está, daqui a 5 anos nossa espécie já não existirá mais, nem vida alguma neste planeta, pois os que não morrerem por doenças causadas pela tecnologia, morrerão com a radiação desenvolvida, que será letal a todo ser vivente.
  Meus estudos bateram de frente, com os estudos do Dr. Kafif Chipá, que trabalha no desenvolvimento da tecnologia 1645 que será implantada futuramente no corpo de humanos para a cura de várias doenças, e para o rastreio e controle das mesmas. O que sua equipe não contava no entanto,é que o material que será implantado é altamente radioativo e fará muito mal a espécie humana. Radiação essa, que motivará mutação nos genes, de forma que os futuros sobreviventes já não serão como somos, mas genéticamente modificados, e a mente desenvolvida através dos chips mutilarão a capacidade de pensar  e de criatividade que hoje temos.
  Venho tentado provar isso a toda a humanidade, no entanto, não há mais nada que se possa fazer, é irreversível! E como a história da evolução mostra, os seres humanos se consideram a espécie mais desenvolvida e racional, o suficiente para se tornar a espécie mais importante e auto-suficiente do universo, por isso tratou de aos poucos eliminar e extinguir as outras espécies.
  Hoje só sei que nada mais podemos fazer, minha vida é reflexo do mau uso do conhecimeto, e percebo quão vulnerável somos... Nada somos! E agora ato minhas mãos e fecho os olhos esperando acordar na pré-história e conhecer tudo isto como apenas um pesadelo, com a oportunidade de fazer tudo diferente.

"..."

  E eu  que acreditei que as crises do homem moderno jamais me contaminariam!
  Áh sim, era eu mesma, aquela criança que acreditava que mudaria o mundo... só que já nem me lembro mais dela.
  Em toda minha insignificância, e reconhecendo que diante de séculos minha vida é breve, curta e passageira, eu insisto em acreditar que sou importante sim, e em sentir que minha vida é grandiosa e mágica, só não sei como fui me perder em ilusões.
  Depois disso daqui, ninguém sabe o que ocorrerá e isso é algo bem intrigante.
  Me recuso a sentir-me como um ser puramente sentimental, mas viajo em pensamentos e reflito, mesmo sabendo que não chegarei a lugar nenhum, ou talvez até chegue... Certo é que bem fora dito: "Quanto mais sei, vejo que menos sei".

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A voz de um grafiteiro

  As pessoas circulam pra lá e para cá o dia inteiro nos grandes centros urbanos, e há quem tropece ante a uma obra de arte  ali em sua frente, sem precisar estar num museu, nem tão pouco pagar por isso e percebe  então, uma imagem colorida que reflita humor, ou até quem sabe um recado de protesto, mas sempre há uma manifestação social. Isso significa que eu passei por ali, e esta é a minha marca.
  Prazer a todos, eu sou o Grafiteiro, tenho 35 anos, e sou formado em dois cursos superiores na área de Comunicação Social e Artes Plásticas, sou casado e pai da Ana Julia de 5 anos, nasci num lar humilde e fui criado com dois irmãos, tudo o que obtive até hoje foi através de muito esforço e suor de meu trabalho. Não tenho passagem pela polícia, e e tenho uma organização onde produzo minhas artes publicitárias para várias empresas.
  Como vê sou uma pessoa normal, como todas as outras, no entanto não é bem assim que sou visto pela sociedade, principalmente quando produzo uma arte de rua, quando faço um grafite num espaço público, que é além de tudo o que eu faço, uma das coisas de que mais me orgulho.
  Éh, me orgulho sim, pois a intenção é levar para o dia a dia das pessoas a  arte de qualidade, da qual conheço muito bem, levar o humor, e a manifestação cultural, onde pessoas atarefadas possam passar por ali, e sorrir analisando uma ou outra situação exposta.
  O grande problema é o preconceito que enfrento todos os dias, a sociedade olha torto, critica, me chama até de pichador, o que na verdade não sou. Não concordo com a atitude da maioria dos pichadores, que na marcam o  espaço público e privado de forma inconcequente, e este portanto, não é o meu caso. Durante minhas produções artisticas nas ruas, já fui abordado por policiais que agiram com extrema violência, quando na verdade, estava trabalhando num  espaço para  qual fora contratado. Não trabalho com vandalismo, nem tenho essa pretenção.
  Na rua também, enfrentamos (eu e meus companheiros do grafite) problemas pessoais com os pichadores que tentam disputar espaço conosco, criando rixas e brigas desnecessárias, já que também não é para isso que trabalhamos.
  Estou aqui em fim, para fazer esse comunicado aberto a sociedade, esperando que todos reconheçam o meu trabalho, a minha arte. Oque espero, é que meu serviço seja valorizado, por parte da counidade, bem como do governo. Sonho em um dia viver apenas do grafite, onde nós grafiteiros possamoos abrir nossa empresa registrada fisica ou juridica, para que trabalhemos dentro de políticas públicas, mas espero que isso venha sem grande burocracia, pois este é um grande problema em nosso país. Não vejo  mal nenhum em que o governo disponibilize espaços púbicos, como escolas e praças, para que possamos desnvolver nossa arte, trabalhar com segurança, e até desenvolver cursos nessa área,  que qualifiquem jovens para trabalhar com o grafite, principalmente em comunidades carentes.
  Desde já, deixo aqui um agradecimento a todos os que se identificam e apreciam nossa arte, e espero que um dia, sejamos vistos com um olhar mais... COLORIDO !

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lágrimas secas

As lágrimas que encharcaram o rosto
Me impediam de ver o consolo
levo um coração partido
Que sofreu seu engano,
 sem nem ao menos esperar por isso

Por um tempo senti como se despedaçasse o peito,
Mutilando o coração que sangra, e nesse grande aperto
eu acordei do choro, e pude ver o quanto aprendi contigo

Hoje enxugo as lágrimas,
e perco o chão em felicidade ao ver que a dor
que me causou, não me destruiu !
Me fortaleceu e me deu abrigo

Me concentro cada vez mais em me conhecer
E vi que para isso foi necessário te esquecer
Hoje me formei; mais determinado na conquista dos meus planos
e na realização dos meu próprios sonhos.


Dedicado à: Ricardo Porfirio.


sábado, 13 de agosto de 2011

Canção

As melodias que hoje canto 
Lembram o pranto que um dia senti
Quando se mistura voz e sentimento
A vida se transforma
E exalta o herói 
que há por dentro de cada ser em si !

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Caipira

 Já de tardinha, ao lançar um olhar para o horizonte,  vê-se o céu laranjado, e o sol anunciando que já se aproxima o anoitecer, percebe-se também, os altos prédios que revelam claramente que esta se trata de uma capital, cidade grande, como é considerada por todos lá de onde ela veio; ou pelo menos, uma cidade em desenvolvimento.
 Ela, é uma garota, que em meio a tantas outras, difere-se por seu rosto expressivo, olhar penetrante e gestos marcantes, o que muitos considerariam até, ousados de mais pela sua idade, e por ser uma jovem menina.
 Veio do interior do estado, de um estado no interior do país , com os objetivos formados, estudar, fazer faculdade... Ser alguém na vida ! Quando se olha para ela vê-se ainda, um ou outro gesto bem caipira, percebe-se também nitidamente a vaidade, bem presente em seu esteriótipo, típico das garotas que nasceram na capital.
 Ela acorda cedo, estuda dias inteiros, há quem a critique por uma ou outra atitude diferenciada, mas é esforçada e não esmorece em momento algum. Embora, aqueles a quem ame estejam longe, sabe que para tudo há um tempo, e logo, logo  os veria novamente.
 E lá está ela, olhando para o horizonte; o sol que já está praticamente encoberto pela escuridão da noite não revela e jamais revelaria o que se passa em sua mente. Se alguém distraído ou ocupado de mais passasse por ali, não notaria nada de diferente, mas se algum outro alguém observasse aquela garota parada na encosta de uma via movimentada, notaria um olhar perdido na escuridão. No que ela estaria pensando então ? ...
 Talvez fosse nas noites em que a mocinha corajosa cavalgava pela madrugada inteira em seu cavalo preferido, ou quem sabe, estivesse lembrando dos nados em córregos e lagos envoltos pela paisagem, aos sons e melodias da natureza, talvez se lembrasse dos momentos em que a atual garota, e antes menina sapeca deixava a todos impressionados pelas traquinagens de uma criança levada. E até riria se lembrasse das cutucadas que dava no burro com a espora... Tantos momentos bons, quantos doces gostosos, muitas frutas saudáveis retiradas diretamente do pé, dos diversos pés de frutas e frutos que haviam na sua cidade.
 Ela abaixou o olhar que refletia as luzes da cidade grande e levantou-o novamente, preparando-se para sair e continuar a sua luta diária pelos objetivos traçados. Talvez ninguém entendesse, mas esse novo ato revela a coragem dessa personagem do teatro da vida. Esse novo ato, conta a quem quiser saber que ela não vai parar, nem esmorecer, nem desistir, pois a luta é grande, mas ela está aí, e lutará a cada amanhecer. As lembranças e a saudade? Só a fizeram ver a felicidade mais nitidamente e a ofereceram ainda maiores forças para caminhar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

No Silêncio...

O poeta se viu sem sentido
se perdeu nas palavras
Interrompeu seus sonhos
Emudeceu a sua voz que antes clamava.

Se calou nem escreveu
E perdeu as esperanças dentro de si
Pois perdera a fé,
Perdera o chão,
Perdera o rumo.

Quando lá dentro sentiu
que suas forças se renovaram
Percebeu em fim que o silêncio
nunca o enfraqueceria mais,
pois na verdade, nunca o calara,
e então, voltou atrás.

Escreveu,
Falou,
Sobreviveu.

Nunca mais o deixaria que o medo
lhe roubasse a fé,
lhe roubasse a coragem
E calasse suas palavras.

Pois, como viveria sem seus versos,
Como silenciaria o seu ser.

domingo, 22 de maio de 2011

O Brasil que sorri com lágrimas de sangue

(Texto escrito, 08/03/2010)
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  Ao longo do tempo, o Brasil vem enfrentando grandes problemas que nunca foram de fato solucionados. Com sincero realismo conclui-se então, que não há uma solução que resolva todos os problemas do Brasil, não pela quantidade de problemas, mas pelas pessoas que compõe a sociedade, o que será destacado ao longo do texto.
  Hoje, vemos um Brasil que enfrenta diversas crises como na saúde, na pobreza, na violência, na educação e principalmente no caráter político. Como vencer problemas como os que foram citados, se enquanto a população sofre calada aqui em baixo, lá no poder as autoridades se instalam em tronos imundos de corrupção,hipocresia, maldade e ambição incontrolável ? Por trás de sorrisos em frente  as lentes, paletós e engravatadinhos, encontra-se uma pessoa de falsos sentimentos, uma conta bancária repleta de dinheiro, propriedades e automóveis vindos de lucros indevidos. Encontra-se nos palanques, nas campanhas eleitoreiras os maiores problemas da nação, a causa de muitos outros e a resolução de nenhum.
  Por outro lado, vê-se uma linda imagem do país, carros alegóricos e um povo belo e feliz que sorri frente as câmeras, mansões belíssimas que compõe as diversas capitais do país, o privilégio de sediar uma copa do mundo, ou uma olimpíada mundial. Esse é o país que vem sendo reconhecido pelo restante do mundo, mas enquanto a população rica sorri e acena frente à grandes acontecimentos, há uma minoria totalitária que se instala em barrancos em periferias e favelas do Brasil. Há um povo morrendo em filas de hospitais públicos e um outro tanto que também se desvaindo se tornam vítimas de balas perdidas, latrocínios, crueldade e todo tipo de violência causada por ricos e pobres que se tornaram dependentes do álcool, da droga e da ambição desgovernada. Há uma população que teme o dia de amanhã, porque não sabe se terá alimento, se acordará com saúde para vencer mais um dia, ou que simplesmente não sabe se acordará mais uma manhã.
  Onde está a voz do povo que se levanta em protesto? Calada! Com medo. Pois sabem  que muitas vezes os protestos acabam de forma vaga ou com violência abusiva ou termina em desistência, pois ou o povo "dança conforme a banda toca", ou as paralisações em forma de protesto vão piorar o sofrimento do povo, os trabalhadores terminarão não recebendo seus salários, e por fim quem está no poder vencera mais uma vez.
  Portanto, acredita-se que boas doses de caráter, honestidade, humanidade e amor não só aplicados a sociedade que resolveriam problemas como o preconceito, a violência, e tantos outros, mas também aplicado aos governantes que esses sim, resolveriam muitos outros problemas. E se tais doses de caráter, honestidade, humanidade e amor tocassem com abundância a sociedade e o poder, o Brasil mudaria a figura, viraria a página e escreveria uma nova história.