segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A voz de um grafiteiro

  As pessoas circulam pra lá e para cá o dia inteiro nos grandes centros urbanos, e há quem tropece ante a uma obra de arte  ali em sua frente, sem precisar estar num museu, nem tão pouco pagar por isso e percebe  então, uma imagem colorida que reflita humor, ou até quem sabe um recado de protesto, mas sempre há uma manifestação social. Isso significa que eu passei por ali, e esta é a minha marca.
  Prazer a todos, eu sou o Grafiteiro, tenho 35 anos, e sou formado em dois cursos superiores na área de Comunicação Social e Artes Plásticas, sou casado e pai da Ana Julia de 5 anos, nasci num lar humilde e fui criado com dois irmãos, tudo o que obtive até hoje foi através de muito esforço e suor de meu trabalho. Não tenho passagem pela polícia, e e tenho uma organização onde produzo minhas artes publicitárias para várias empresas.
  Como vê sou uma pessoa normal, como todas as outras, no entanto não é bem assim que sou visto pela sociedade, principalmente quando produzo uma arte de rua, quando faço um grafite num espaço público, que é além de tudo o que eu faço, uma das coisas de que mais me orgulho.
  Éh, me orgulho sim, pois a intenção é levar para o dia a dia das pessoas a  arte de qualidade, da qual conheço muito bem, levar o humor, e a manifestação cultural, onde pessoas atarefadas possam passar por ali, e sorrir analisando uma ou outra situação exposta.
  O grande problema é o preconceito que enfrento todos os dias, a sociedade olha torto, critica, me chama até de pichador, o que na verdade não sou. Não concordo com a atitude da maioria dos pichadores, que na marcam o  espaço público e privado de forma inconcequente, e este portanto, não é o meu caso. Durante minhas produções artisticas nas ruas, já fui abordado por policiais que agiram com extrema violência, quando na verdade, estava trabalhando num  espaço para  qual fora contratado. Não trabalho com vandalismo, nem tenho essa pretenção.
  Na rua também, enfrentamos (eu e meus companheiros do grafite) problemas pessoais com os pichadores que tentam disputar espaço conosco, criando rixas e brigas desnecessárias, já que também não é para isso que trabalhamos.
  Estou aqui em fim, para fazer esse comunicado aberto a sociedade, esperando que todos reconheçam o meu trabalho, a minha arte. Oque espero, é que meu serviço seja valorizado, por parte da counidade, bem como do governo. Sonho em um dia viver apenas do grafite, onde nós grafiteiros possamoos abrir nossa empresa registrada fisica ou juridica, para que trabalhemos dentro de políticas públicas, mas espero que isso venha sem grande burocracia, pois este é um grande problema em nosso país. Não vejo  mal nenhum em que o governo disponibilize espaços púbicos, como escolas e praças, para que possamos desnvolver nossa arte, trabalhar com segurança, e até desenvolver cursos nessa área,  que qualifiquem jovens para trabalhar com o grafite, principalmente em comunidades carentes.
  Desde já, deixo aqui um agradecimento a todos os que se identificam e apreciam nossa arte, e espero que um dia, sejamos vistos com um olhar mais... COLORIDO !

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lágrimas secas

As lágrimas que encharcaram o rosto
Me impediam de ver o consolo
levo um coração partido
Que sofreu seu engano,
 sem nem ao menos esperar por isso

Por um tempo senti como se despedaçasse o peito,
Mutilando o coração que sangra, e nesse grande aperto
eu acordei do choro, e pude ver o quanto aprendi contigo

Hoje enxugo as lágrimas,
e perco o chão em felicidade ao ver que a dor
que me causou, não me destruiu !
Me fortaleceu e me deu abrigo

Me concentro cada vez mais em me conhecer
E vi que para isso foi necessário te esquecer
Hoje me formei; mais determinado na conquista dos meus planos
e na realização dos meu próprios sonhos.


Dedicado à: Ricardo Porfirio.