sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ah... o céu



"Quem sou eu?
Pra que a estrela da manhã
Ilumine o caminho
Deste duro coração"- Pg

  O céu sempre me intrigou... Sua grandeza, sua altura, suas diversas e variadas cores e nuances, sua infinitude. Seu azul tão intenso e tão vivo, sua imensidão, seu contraste... Seu cinza, seu laranja, rosa, vermelho, seu sol, sua lua, suas estrelas.

  O céu me constrange. Me faz lembrar quão ínfima eu sou, me lembra Senhor, da Tua glória.



  Nada é tão expressivo pra mim à respeito da Sua presença como esse céu lindo que se mancha, se desmancha sobre mim, se faz, se comporta, se modifica.

  O céu me lembra da Tua majestade, e me mostra Sua onipresença. Eu posso perder o ar, perder o fôlego observando a obra das Tuas mãos Senhor, ao contemplar esse imenso azulado. Ao olhar pra cima, eu me derreto e me apaixono por Ti, minha alma se compraz no Senhor, por sua existência, por ter permitido a minha existência também, pelo fôlego de vida, e por ter a oportunidade de viver tudo isso.

  Certa vez arrependida, com o coração sangrando, não muito feliz com as minhas próprias atitudes, depois de falar com Pai, clamar por sua misericórdia, e depois também de estar mais aliviada, já me sentindo perdoada, eu saí debaixo do teto que me encobria, e o Teu sol estava ali, sorrindo, brilhando pra mim, me engrandecendo, me dando mais uma oportunidade, e só então Senhor, me dei conta de algo: A Terra está inundada de pecado, existem dias amargos em que nós mesmos nos surpreendemos com a maldade do homem, nos assustamos, nos indignamos, a cada inacreditável e cruel perversidade que há sobre a face da terra, e então percebo que embora tenhamos errado todos os dias, nós seres humanos falhamos tantas vezes, e não importa o tamanho do pecado, o quanto foi falha a atitude, o sol nasce todas as manhãs para nós. Inevitavelmente. Ele sempre estará ali, trazendo fim à nossa noite, e nos presenteando com um belo e magnífico amanhecer, o qual nós não merecemos. O Senhor nos presenteia, ainda que estejamos no caos.


  Senhor, o Seu amor me conquistou, e o sentimento de gratidão abriu espaços dentro de mim, e me faz entender que não depende de quem eu sou, o Seu amor não falha e nem nunca falhará. Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós (Romanos 8:32a), Se entregou para me salvar me faz perceber um amor que mesmo que eu tente, nunca irei alcançar. Nem o mais intenso, atordoado e apaixonado amor aqui na terra se aproximará do que o Pai sente por nós. E o céu Senhor... Ah o céu, é um inexplicável presente, é uma imensidão, é uma verdadeira prova de amor.



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ensinou-me




O Senhor  me ensinou a amá-lo sobre todas as coisas.
Foi aos poucos que eu aprendi, e aprendo todos os dias.

O Espírito Santo me ensinou que no silêncio Ele habita.
Longe dos olhares, longe da atenção, longe de tudo, eu pude ver Deus.
E lá Ele me vê.

Quando os dedos me apontavam,
Quando eu me vi sem o controle,
Seu olhar me devolveu a paz.

Deus também habita no caos,
No meu caos,
E aí ele traz a paz.

Posso sentir seu olhar complacente,
Sua cumplicidade.
A serenidade do Seu olhar,
Observando-me.

Posso ver seu amor inesgotável,
E eu não posso atingi-lo, medi-lo, alcança-lo.

Eu confio pouco quando deveria confiar mais,
Eu me desfaço pouco quando deveria me desfazer mais,
Eu oro pouco quando deveria orar mais,
Eu falo pouco quando deveria falar mais,
Eu me alimento pouco de sua palavra,
Quando necessito me alimentar mais e mais.

Eu tenho medo,
O qual eu não deveria ter
Eu faço tempestade, quando deveria me acalmar.
Eu me desespero....
Deveria confiar!

Ele me ensinou a estar só diante Dele.
Ele me ensinou a amá-lo sobre todas as coisas.

Ele tem me ensinado aos poucos, a conhecê-lo.


sábado, 8 de março de 2014

Todo maltrapilho

 Passando rapidamente por uma avenida movimentada, pela janela do ônibus, notei algo que embora tenha durado alguns segundos diante de minha visualização, pareceu-me um tempo muito maior do que  os tais segundos. Um tempo maior do que o próprio tempo possa carregar. Uma eternidade que eoa mente à dentro.


 Lá estava ele, no meio da calçada daquele importante centro comercial de uma região metropolitana. Sim. No meio da calçada, sentado no chão, "de pernas de índio". Não no canto. Não na parede. No meio da calçada.

 Todos que passavam por ali, mal o notavam, e se o percebiam, passavam de largo. Pessoas apressadas, chegando do trabalho, fazendo compras, correndo até o ponto de ônibus, falando ao celular, conversando em disparada entre si, andando muito rápido, gesticulando, olhando no relógio. Pessoas bem penteadas, arrumadas, outras enfadadas pela rotina diária, pessoas apressadas.

 Na avenida os carros aceleravam naquele ponto na tentativa de atravessarem o sinal antes do vermelho. Se não desse tempo, "ai!", paravam estressados, olhando no relógio, fixavam o olhar no semáforo implorando para que abrisse logo. O maior dos enfadados, daria uma afrouxada na gravata, olharia de lado, veria ele, retornaria o olhar de repulsa para frente, o sinal abriria e o motorista aceleraria com tudo para bem longe dali tentando chegar rápido em algum lugar, fazendo-se esquecer daquela cena num rápido e insignificante instante do tempo. Pessoas apressadas.

 Ele ria. Sim, ele estava sentado no meio da calçada, com pernas cruzadas, como de índio, rindo. Ele dava gargalhadas ali sozinho, ou não tão sozinho assim.

 Ele estava todo maltrapilho, sujo, os olhos vermelhos de quem talvez tenha tomado umas e outras por aí, e além de tudo, ria.

 Parei um tempo e fiquei imaginando os motivos pelos quais ele poderia estar assim tão sorridente, que no campo de visão dele a vida poderia não ser tão engraçada, mas as pessoas talvez sim. Elas que corriam de um lado para o outro, trombando umas nas outras, desviando o caminho ao passar por ele, pensando em tudo e ao mesmo tempo não pensando em nada. Elas que talvez nem se dessem conta do mundo que as rodeia, não param diante da vida, correm porque tem que correr, mas ele estava ali parado e rindo.





terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um breve comentário: Brinde à leitura


 Há raras coisas na vida tão boas quanto se deliciar com uma bela leitura.

 Esquecer da vida e habitar em mundos desconhecidos, a beleza do mistério, as experiências alheias... A imaginação te transportando a outros lugares. A inspiração.

De repente o mundo se transforma, muda a forma, e a emoção se desenvolve em cada página.

Ansiedade! Para que se saiba o que virá... Sensação maravilhosa essa de não se desgrudar do livro até que se chegue à próxima capa.

 Ler é habitar em outras formas e enxergar o mundo com outros olhos, é rir e chorar por outras emoções... A escrita deve muito à arte da leitura.