A arte da Escrita

Jamais seria possível e coeso afirmar que uma arte seja melhor ou mais bonita que a outra. As artes se completam, seja  a interpretação ou a pintura, o desenho ou a escultura, o cinema a música, a canção, o soar de cada instrumento...

 Mas hoje me importa falar sobre a escrita, sobre o que ela modifica na vida do leitor, por isso hoje falo como leitora que sou.

 Hoje falo do quanto a leitura é envolvente, te captura do momento presente e te leva para longe. Ao ler você se sente personagem, autor, você se comove com a escrita, se identifica.

 O texto te leva para dentro dele, além das comportas do suporte, te leva a habitar e a criar espaços, cenas e cenários que te une a obra tão solenemente que te faz torcer, vibrar, passar as páginas lendo-as rapidamente a fim de encontrar as respostas.

 A essa altura do campeonato você já sente amor aos mocinhos e ódio aos vilões, que podem nem ser tão vilões assim, mas que possam modificar o rumo do final que você já espera que aconteça.

 O texto te move, te comove te inspira, te faz bem, te faz estar e habitar para longe do que é, e te induz a experimentar novos sabores.

 Então hoje falo da escrita, não somente de nossas escritas, mas da escrita alheia, de belos autores, de mentes inspiradas e inspiradoras, de mentes brilhantes. Hoje falo da leitura, faço um brinde a ela e as suas emoções tão singulares.

Como é Bom Ser Criança! Parte 1- Pedro

Ele já chegou correndo e passando por debaixo da mesa, exaltou um grito e levantou o braço ao alto imitando um super-herói.
 Nunca vi criança mais feliz que o Pedro, e até admiro a alegria infantil em geral, pois é genuína, é verdadeira, é inocente. Mas o Pedro parece ter uma energia a mais, parece estar sempre ligado nos 220 Volts.
 Suas brincadeiras e sorrisos sapecas demonstram que além de fofo, Pedro é muito esperto e inteligente, sempre que aparece se torna facilmente o centro das atenções, pois quem dera um adulto tão cheio de afazeres, isso ou aquilo, ter metade de sua alegria e espontaneidade.
 Quando o vejo gosto de  apertar suas gordas bochechas conversar, notar sua inteligência e esperteza se desenvolvendo sempre mais, fico também calada, parada, observando e refletindo... Gente! Quem dera se existissem adultos felizes assim.
 E percebo o quanto perdemos por crescer, perdemos o sorriso espontâneo, a alegria sincera, o sentimento real. E criamos também, intrigas, brigas e confusões.
 E ele despistou os monstros da recepção, e correu aos braços do seu fiel escudeiro e companheiro de lutas e batalhas: o Tio Neto! Subiu as escadas numa escalada arriscada, e desceu correndo com medo dos monstros lá de cima, do alto do pico da neblina que queriam por tudo apertar suas bochechas.
 Se as pessoas vissem a vida e os problemas como o Pedro, não como monstros é claro, pois isso fazemos direitinho, mas se considerássemos a história diária  como brincadeira e nos víssemos como super-heróis, a humanidade seria diferente, a convivência sorridente, e nossa espécie ao invés de se destruir, destruiria com a depressão, acabaria com as brigas e iriamos nos ajudar, afinal de contas, seriamos companheiros de batalha e principalmente de brincadeiras. Quando nos desentendêssemos, apontaríamos o dedinho mindinho para o outro e selaríamos a paz. Nações selariam a paz assim...
 Aí agente acorda, ou melhor, agente cresce. Paramos de brincar e tornamos a vida como uma obrigação, matante e cansativa.
 Deixamos de nos comunicar amigavelmente com as pessoas, criamos preconceitos, também acabamos ou acabam com nossa capacidade criativa e nos tornamos... Nós! assim como somos.
 E no final das contas, não interessa nada disso, porque o Pedro virá aqui, vai gritar, vai rir, acessar jogos online sem nem ao menos saber ler, vai passar por debaixo da mesa e subir em cima do sofá, vai correr pelo corredor e gritar ao mesmo tempo, enquanto os alunos estão na aula. Nós o mandaremos parar, e ele vai fugir para as neblinas, só que antes vai comer um churros de chocolate e um picolé de uva, e será sempre ele, o Pedro. Feliz. E nós, os adultos amargurados, cansados e ressentidos, que nos tornamos crianças por segundos quando o Pedro contagia o ambiente. E quando ele for embora? ... Amargura, cansaço...

Inácio

  Lá estava o Inácio, o senhor Inácio, que agora estava com a barba crescida. Seu olhar ao longe dentro daquele ônibus sacolejante, denotava o quanto de conhecimento de mundo habitava em sua mente. Suas experiências antigas, sonhos de uma juventude que jamais voltará.
  Inácio carrega consigo diversas amarguras, um sabor triste que a vida lhe proporcionara nesses últimos anos, como a morte de seu jovem filho, acometido de uma doença que levou-o a óbito.
  João era trabalhador e não fugira de aprontar o que um filho daquela idade geralmente aprontaria, como festas até altas madrugadas e a bebida. Mas sim, João fora um bom filho, quando sua irmã se mudou para viver em outra casa com seu marido e filha (a doce neta de Inácio), foi ele quem fez companhia ao pai todos os dias, naquela casa pequena, simples e solitária.
  Mas Inácio não gosta dessas lembranças, elas o entristecem, e sinceramente não crê que nesse ponto de sua vida, o sentimentalismo e o sofrimento seja bem vindo, ele somente trata de prosseguir com a caminhada da vida que lhe fora proposta. Segue seus dias na obrigação de vivê-los.
  Seu olhar é sempre profundo, sério, rosto carrancudo, não há muito oque comemorar, cumpre com suas poucas obrigações diárias. Vai ao médico periodicamente, e esta é sua vida.
  Se o pensamento viaja ao passado, a lembrança é do jovem valente que tanto já fez, sua vida fora marcada por brigas, festas, tombos... Fora muito o que vivera, e muitas pessoas que conhecera. Ele passa seus dias evitando lembrar, mas vez e outra  o pensamento o assalta, o sequestra e o leva para o passado, de forma tão súbita que sentado em seu velho sofá, poderia viver ali, horas imóvel.
  O jovem do passado que foi forte e cheio de planos, esses que não incluíam, estar em uma casa só, completamente só. Excetuando é claro, o período diário que se dedica a cuidar de sua Neta. Porém é sozinho que dorme, e sozinho que acorda, nessa solidão imensa. E isso, ele nunca imaginaria.
  O que ele evita com certeza são crises existenciais, afinal de contas, naquela idade, oque se quer é descanso,para o corpo e mente. O que sabe é que um dia Sua Hora irá chegar, a Hora de se despedir desse mundo, ir embora para um lugar que ele não sabe se existe. Para ele não importa classificar sua vida em alegre ou triste. Inácio, simplesmente está vivo.

August

 O mês de agosto de 2012, foi um mês longo, não longuíssimo, daqueles que parecem intermináveis, nem curto, como o tempo costuma ser.
 O mês de agosto foi intenso e nesse resquício do mês 08, sinto a umidade do ar condicionado na sala de trabalho, trazendo refrigério ao calor que noto pela janela, se passar lá fora, causado por esse sol que invade parte da sala, contrastando com o ambiente refrigerado.
 Percebo que metade do ano já se fora, e me despeço de mais um mês, esse que para mim, teve boa aparência, onde nem todos os dias estive bem, e pude sentir claramente as oscilações de humor e circunstâncias que hoje, nesse dia 29 recordo-me até contente pela sabedoria que agosto me trouxe.
 Quanto aprendizado e surpresa... ufa! Senti este mês na pele, muito intensamente como um pequeno corte, que embora não tenha causado grande dano, seu ardor sempre nos lembra de que ele está ali.
 Contudo foi bom, um mês do qual me orgulho, que me trouxe alegria e tristeza, medo e coragem, e que durou. É bom quando um mês dura, quando sentimos bem forte essa duração, temos aquela sensação de tê-lo realmente vivido, e não de apenas tê-lo percorrido bem rapidamente. Traz sensação de paz, de aproveitamento e olhamos firmemente com maturidade e orgulho, não com aquele olhar para trás, perdido e assustado, de meses e anos em que tiveram início, fim e sua redução pareceu tão real, que estamos cansados, ofegantes e convivendo com o medo de não estar aproveitando nada.
 O fim deste mês trouxe tranquilidade, e o olhar retrospectivo e satisfeito que somente as pessoas que muito viveram, disseram e fizeram sentem.
 Nem tantos acontecimentos ocorreram, fatos grandiosos ou extraordinários, tudo se sucedeu na simplicidade e em pequeninos fatos bem vividos que fizeram toda a diferença, no ano e na vida.
 Hoje liguei para minha amiga-irmã, sinto falta dela, e reparo ao desligar o telefone que desde que vim pra cá esse tem se tornado o melhor ano, onde vivi mais momentos bonitos, menos intempéries e vendavais para enfrentar. Mais sabedoria e maturidade alcançada, com certeza!
 Um ano interessante no qual experimentei vários sentimentos, inclusive da própria paz, e este mês do qual me despeço foi a moldura para salientar todo esse aprendizado, e lembrar que depois de longa noite escura haverá bela manhã nascendo.

Ei... é a paz!

 Quando a tristeza se dissipa  trazendo o calor da alegria, quando encontramos em algum lugar dentro de nós o equilíbrio buscado. Como que perdida por aí, em um dia aparentemente normal encontramos a paz. Nós nos encontramos.
 É sublime, é lindo o dia em que o importamento não vem para brigas, trabalhos e medos, quando sua alma está a sorrir, seu corpo não se cansa como antes, mas ele corre, corre, age, age para que tudo esteja bem, absolutamente bem, quando se luta o dia todo com um sorriso no rosto, o brilho no olhar e a paz no coração, quando tudo o que se sente é a esperança por trás de cada gesto.
 Buscamos essa paz, esse estado de espírito sempre, e sua alma angustiada não acredita que esse lugar de tranquilidade exista. Mas é como um presente de Deus, como o refrescante arejar da casa ao se abrir as janelas, num dia como qualquer outro Deus o pega no colo, pedindo sua confiança, alcançando em você, o estado de paz de espírito mais límpido e sincero possível. Você está feliz, e você está bem, e despreocupado, seguro. Você está forte com a coragem de um leão, e a humildade de um cordeiro. Você encontra a estranha capacidade de chegar a um lugar dentro de você que nunca antes fora habitado, e tudo agora parece bonito, ou leve, ou aprazível.
 A tranquilidade sentida por seu corpo e mente é como um perfume suave e refrescante, a paciência que antes não existia agora habita em você, e o estado de impaciência que os outros enfrentam é um território longínquo o bastante do seu para que não o contamine com as desesperanças alheias, e não o afaste de si mesmo, do seu próprio eu.
 Quanto tempo a paz vai durar não se sabe, mas vá, e viva intensamente seu instante de paz, e por Deus, se ele se afastar de você, que volte logo, por favor, que volte logo e te traga paz, a você e aos outros.

"Junte suas forças, clame a Deus
Ele escuta o grito do seu fraco coração" - Thalles Roberto.

"Toma… a minha mão,  dá-me a tua também para poder levantar-te do chão, basta me estenderes a mão… Não… não precisas pedir muito pois estou a te ouvir.Isso! Levanta, apoia-te em mim,deixa estar…eu te carrego em meu colo…Certo que farias o mesmo por mim."
Autor Desconhecido.

 O mundo fica escuro e sombrio quando não se tem amigos. Não estou falando daquela multidão a sua volta é claro!
 Estou falando de pessoas que surgem em sua vida para retirarem o peso, a intensa carga que você carrega nos ombros, algém que clareie seu mundo com a luz própria de uma boa amizade.
 Alguém que pare de apontar o dedo em sua cara lembrando-o das lutas passadas em que falhou, do erro que já não insiste em sair de suas lembranças, do seu instante de fraqueza, daquele seu momento vulnerável.
 Alguém que não o reprima nem o critique por ser quem é!
 Necessitamos de pessoas que não roubem a sua espontaneidade, que não distraíam o seu EU, nem tão pouco, destruam seu amor próprio.
 Pessoas entram e saem de sua vida a  todo instante, existe quem caminhe contigo à anos sem se dar conta de quem você é realmente, e então a vida te dá uma oportunidade, te surpreende num momento qualquer, e te envia um bonito anjo, que está ali por cinco minutos, mas que faz toda a diferença em sua história de vida, que cura a sua dor, e exalta o seu calor mais bonito.
 Esse alguém que você nem imaginava que conheceria um dia, nem mesmo idealizou-o em algum momento de sua vida.
 Um ser mandado por Deus que gastou 30 minutos, ou apenas alguns segundos de conversa e te compreendeu, e te valorizou, e te reconheceu e te fez diferente daí em diante.
 Aquele que não te encheu de presentes, mas que o aceitou, assim tão bem de forma que se tornou o seu próprio presente, uma dádiva, um milagre muito bem vindo.
 Te enviaram uma luz, para que você deixe de se autopunir e se aceite assim, para que não deixe que as más intenções, e o barulho alheio incomode sua paz interior, sua melodia própria, seu mundo de sossego consigo mesmo.
 E onde estão essas pessoas? Podem estar todos os dias contigo e você não os vê, pode ser que você ainda não o conheça, mas ele está prestes a aparecer, pode ser que ele seja importante para muitos, pode ser que ele não signifique muito para alguém. Essa pessoa que vem  e o ergue pela mão pode estar em qualquer lugar, quem sabe até num consultório odontológico, vestido de branco assim mesmo como um anjo, com aquele olhar lindo e forte e principalmente com um coração gigante.
 Que exale um perfume próprio, que traga paz e acalente o coração dolorido, alguém que refrigere suas idéias no momento de pura escuridão, alguém que de tão amigo parece mais um irmão, pois o tira de um momento difícil e o encaminha para dentro de si mesmo, devolvendo o controle para suas mãos.

A verdade...

 A verdade é que somos influenciados a todo tempo, se muda nosso círculo de convivência,muda significativamente ou extraordinariamente nossa forma de pensar e agir.
 Muitas vezes então, é possível acontecer de você acordar pela manhã, tentando entender "quem sou", se sentindo apenas como um reflexo alheio, querendo se afastar de tudo e de todos, para saber do que é que você gosta, quem  você realmente é, e de mudar, mudar as pessoas a sua volta, para poder descobrir quantos mais você poderá ser.

Colecionadores de alegrias

 

Por muitas vezes me senti como num exilio.
  Deveria ter alguém por trás de tudo isto, e a intenção era me ensinar algo, me fazendo passar por diversas situações difíceis longe de casa, longe de mim, longe dos meus.
  Outras vezes me sentia como se nunca tivesse tido casa, queria ir embora, mas não  sabia para onde. Procurava um caminho, uma fórmula, algum lugar onde pudesse ser plenamente feliz. Não encontrei. Procurei por culpados, achei um monte.
 Tentei culpar meus pais, mas não... Não era deles a culpa. Culpei meus parentes, ah... Acho que também não, culpei amigos, culpei a Deus. Até que encontrei os verdadeiros culpados: Minha insatisfação em excesso tinha lá sua parcela, havia minha fixação pelo passado que também não ajudava em nada. Meu medo de assumir novos riscos, minha inexperiência e principalmente minhas angustias e conflitos internos. Ou seja, para muitos... Bobagens, para mim o que me distanciara da felicidade.
  Hoje estou convicta de que na verdade, minha casa sou eu! Onde quer que eu esteja é lá que deve estar a minha paz e tudo quanto procuro.
 Percebi que somos como fagulhas no tempo, que vivem por um instante e se apagam pela eternidade.
 Não há um lugar fixo onde poderei ser tudo aquilo eu sempre quis, nem tão pouco um momento especifico. Passamos por diversas situações aqui e ali que contribuem para um todo. Nunca deixaremos de errar, mas por muitas vezes fomos o CERTO para alguém. Os caminhos nos levam para lugares distantes, para onde nunca imaginávamos que estaríamos um dia e a sentir sensações diferentes. O importante não é ser essencial ou se divertir na faixa de chegada, no pódio. A alegria está pelo caminho.
 Colecione alegrias.

 

A força de ser alguém

  Já pensou no quanto podemos marcar a vida das pessoas?
  Vivemos rodeados por uma multidão de desconhecidos, e muito inexplicavelmente nos relacionamos com pessoas distintas. Uns são impulsivos,outros extremamente educados, há pessoas inteligentes, há quem se importe, mas também tem aqueles que simplesmente não ligam.
  Existem pessoas trabalhadoras, outras que preferem não fazer nada, há quem não pare queto e aqueles que cultivam o ócio. Existe quem goste de ficar sozinho, existem outros que temem a solidão, existe gente que tem medo de si próprio, e que não suporta um instante sequer consigo mesmo.
  Há quem goste de festa, e tem gente que prefere ficar em casa, existem pessoas mal educadas e aquelas que não dispensam uma boa briga. Tem gente que ajuda o outro, e tem gente que se aproveita dos outros. Há quem seja tolerante e existem pessoas que mais parecem anjos. Praticamente todos gostam de música e todos, absolutamente todas as pessoas são muito complicadas.
  Há pessoas que carregam profundas marcas na sua história, tem gente que já sofreu muito na infância, outros que sofrem na vida adulta. Há quem tenha vivido um grande amor, existem pessoas que simplesmente não sabem amar. Há quem tenha a certeza de ter sido a criança mais feliz do mundo.
  Há quem pratique esportes, há quem ame assistir televisão e aqueles que não tem paciência para tanto. Existem pessoas humildes, existem pessoas as quais merecem atenção e  adimiração.
  E por diversas circunstâncias conhecemos pessoas diversas, e nessa diversidade toda, um mergulha no mundo do outro, um se torna melhor após conhecer alguém que nem imaginara existir, e tem aqueles que mudam a nossa vida tão inexplicavelmente como entraram. Tem gente que carrega a esperança no olhar, e contagia a todos em sua volta, e isso é ser especial.
  Existem pessoas que vão embora, mas que nunca deixam de existir na nossa história, ás vezes vamos embora e levamos muito dos outros conosco.
  A vida une e separa, há quem acredite no destino, tem gente que aposta na coincidência e na sorte, algumas pessoas trazem consigo o lema de que nada acontece por acaso, mas com certeza tudo depende de nossas escolhas, e nesse mar de opções ás vezes nos perdemos ou nos encontramos.
  Existem pessoas que são capazes de unir as outras, tem gente que faz muita falta em sua ausência, existe gente que pode mover o mundo e nós aprendemos a lidar diariamente com cada personalidade pelo caminho, sempre sem esperar pelo próximo inesperado que virá.

Essa imagem foi feita pela Tary:

"É uma frase tão verdadeira que tive que transcrever, colar uma foto fofa de Skins e fotografar. Mas como diz Anna Vitória, deveria mesmo é tatuar na testa. "

                                                                                    Taryne

Naquele dia e em tantos outros

  Hoje acordei com um belo sorriso, o sol que me despertara anunciava que o dia seria diferente.
  Olhei para meu vizinho e comprimentei-o com um bom dia; ao sair pela rua, notei o balançar das plantas ao movimento do vento, sorri naquele momento com satisfação e em resposta, a natureza me agraciou com uma brisa refrescante sobre o corpo.
  No trabalho, até tratei a todos gentilmente, e compreendi que estar ali era uma maravilha, uma dádiva, uma bela oportunidade existir. Pelo visto, todos notaram o belo riso estampado no rosto, pois retribuíam continuamente.
  Ao chegar em casa, me senti avontade como nunca, era a mesma casa: o problema no encanamento que ainda estava ali, aquela mesma poltrona velha... Não havia maior conforto que anteriormente, tudo estava igual, como sempre, só eu, já não era mais o mesmo.
  Se aquele dia existiu? Sim, sim, ele existiu, só não foram aqui resgistradas as grandes dificuldades e tristezas da alma, pois também não quis registrá-las em minha mente. Não quis pois determinei que daqui para frente tudo será diferente. Diferente porque eu PAREI ! Parei para pensar, parei naquela minha vida corrida  e mediocre, parei por um instante e refleti em quem fora Eu até ali.
  Me lembrei de dores que... sararam; me lembrei de mágoas com pessoas que já não estavam mais aqui, veio em minha mente, momentos difíceis que ... passaram! Simplesmente deixaram de existir, o tempo levou. Eu briguei muito sem precisar, errei  diversas vezes por julgar de forma errada, muitas coisas já não faziam sentido. Haviam fatos da minha vida dos quais já nem me lembrava mais. Instantes  do tempo que simplesmente deixaram de existir, e eu... Eu ainda estava li, não havia morrido, e  diferente do que pensara eu... Sobrevivi! O caos passou e eu naquele dia já não era mais o mesmo.
  Minimizei os problemas em minha mente e percebi que eu era forte, que fui forte quando nem imaginava que poderia ser. Naquele dia e dali pra frente fui diferente. Com meus incontáveis problemas, mas... feliz. Plenamente feliz.

'Que a festa esteja aonde você estiver'